Ignorância


Roberto. Também conhecido como "O homem mais inteligente do mundo". Sabe de tudo, entende de todas as coisas. Não há mistério grande o bastante para o seu Q. I. Não há pessoa que supere o seu grande saber. Um homem perturbado e cheio de problemas, incompreendido pelas mentes comuns.
Não bastaria para ele continuar daquela maneira. Todos os locais onde comparecia, tudo o que via, todos os sons emitidos, os menores movimentos, tudo fazia com que ele sentisse e soubesse, instantaneamente, tudo o que havia para saber. Ele não acreditava em ninguém, pois sabia de todas as mentiras. Ninguém era sábio o bastante para ser levado a sério. Tudo que lhe falavam ou que terceiros falavam entre si envolvia algum interesse em ganho particular. O altruísmo e bondade pura eram mentiras que não podia suportar. Ele percebeu a ganância, viu que não existe amor ou vínculo verdadeiro. Que o egocentrismo impede qualquer avanço entre as pessoas.
O homem mais inteligente do mundo construiu uma máquina. Ela alteraria o Q. I. de quem fosse submetido ao procedimento.
Ele procedeu de maneira muito simples: Entrou na máquina e baixou a sua inteligência para que se tornasse nada mais que ordinário. Depois de sair da máquina não podia operá-la novamente, pois, propositalmente, não deixara qualquer pista de como ela deveria ser operada e, também propositalmente, não decorou o procedimento.

Muito mais burro do que o ser humano mais inteligente, Roberto finalmente conseguiu viver uma vida mais feliz. Muito mais feliz que qualquer pessoa a tomar o posto de mais inteligente. Por maiores que fossem os benefícios, Roberto chegou à conclusão de que a única dádiva da ignorância é a única que a inteligência não pode oferecer.

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